Poemas recém-produzidos...
I
...Enquanto
construo, com os tijolos da espera o castelo da esperança,
com o formão do
bem-querer gravo seu nome, em letras d'ouro, nos rochedos da lembrança...
II
Quero você...
Como a abelha
quer o mel,
O pássaro quer o
céu,
A fé quer a
hóstia, o pecador quer o perdão...
III
Quero você...
Como o amanhecer quer o sol,
O entardecer o arrebol,
A alma quer a luz, o corpo quer a vida, o amor
o coração...
IV
Quão belo é o
fulgor do teu sorriso
prata-polida a
brilhar à luz do sol;
pérolas
cintilantes em veludo cor-de-rosa,
na íris dos meus
olhos, maravilha-maravilhosa...
--
V
Sigo a passos lentos, vida calma,
como o polen faz
o fruto, o gérmen faz a palma,
calmo, calmo,
calmo...
Como a noite
fria faz a bruma
as ondas quentes
a espuma,
Calmo, calmo,
calmo...
Como o alvorecer
faz a claridade
e os segundos a
eternidade...
VI
Para quem espera
um "oi", uma frase é um discurso!
VII
Você bateu fundo
em mim...
Mas, toda
história na vida é assim:
Tem começo,
meio, e fim...!
Deus, por que me
bate esse sentimento
e me leva assim,
como folha ao vento,
solto, aéreo, à
esmo
procurando em
alguém a outra parte de mim mesmo...?
IX
...Enquanto
construo, com os tijolos da espera o castelo da esperança, com o formão do bem-querer
gravo seu nome, em letras d'ouro, nos rochedos da lembrança...
X
O que há ali, além do
horizonte
sob o sol claro, ou céu escuro
no rio da fortuna, sob a ponte
que nos leva do ontem ao futuro...?
sob o sol claro, ou céu escuro
no rio da fortuna, sob a ponte
que nos leva do ontem ao futuro...?
Aqui, o estudo, o trabalho, o progresso
lá, a água da paz, d'alegria e sucesso...!
lá, a água da paz, d'alegria e sucesso...!
"Já vi, e ouvi, iguais à
você
por trás maldiz, na frente é amor;
Sim, tenho defeitos, acaso não vê
que o espinho faz parte da flor...?
Sim, tenho defeitos, acaso não vê
que o espinho faz parte da flor...?
A lente do ciúme de tudo descrê:
se o dia é negro o sol não tem cor
joia sem brilho é falsa, porque
ouro sem lux é metal sem valor...
se o dia é negro o sol não tem cor
joia sem brilho é falsa, porque
ouro sem lux é metal sem valor...
Não sorva a taça do fel
d'amargura
limpe as pupilas do coração
faça-as ver o real e a ilusão...
limpe as pupilas do coração
faça-as ver o real e a ilusão...
Ei, reate os laços da
ternura,
n'alma o amor é no céu uma prece
quem vive no amor o ciúme fenece!
n'alma o amor é no céu uma prece
quem vive no amor o ciúme fenece!
XII
Distribua amor, faz
esse gesto nobre,
dê-o ao rico, dê-o ao pobre.
Corpo sem amor é fogo sem chama:
o sol que ilumina a flor, também ilumina a lama...!
Corpo sem amor é fogo sem chama:
o sol que ilumina a flor, também ilumina a lama...!
XIII
Sinto-a em mim, em
vibrações,
como as cordas du'a harpa divina;
Rosto de mulher, corpo de menina,
em êxtase, louca para amar,
Mar dentro da lua, lua dentro do mar...
Rosto de mulher, corpo de menina,
em êxtase, louca para amar,
Mar dentro da lua, lua dentro do mar...
Dizem que o poeta é um
fingidor:
Finge a dor mostrando sorrisos
Finge sorrisos mostrando a dor...
Finge sorrisos mostrando a dor...
Em verdade eu lhes digo,
O poeta tem duas vidas:
Uma breve como o luar plácido no val
a outra longa, bela, feliz e imortal...!
O poeta tem duas vidas:
Uma breve como o luar plácido no val
a outra longa, bela, feliz e imortal...!
XV
...Sigo a passos lentos, vida calma,
como o polen faz o fruto, o gérmen faz a palma,
calmo, calmo, calmo...
Como a noite fria faz a bruma
as
ondas quentes a espuma,
Calmo,
calmo, calmo...
Como
o alvorecer faz a claridade
e os
segundos a eternidade...!
XVI
Para quem espera um "oi", uma
frase é um discurso!
XVII
Ver tua beleza, doçura, sorriso
é ver a prata da lua em esplendor!
Mas, é ver alguém longe, indeciso
sedenta d'água na fonte do amor...
é ver a prata da lua em esplendor!
Mas, é ver alguém longe, indeciso
sedenta d'água na fonte do amor...
Vai, sacia-te do líquen
imaginário...!
Mas se te guardas, envolta num Sudário,
ter-te é profanar um santuário...!
Mas se te guardas, envolta num Sudário,
ter-te é profanar um santuário...!
XVIII
Todas as vezes que de mim lembrar-se
e dedilhar as teclas da saudade
num som vazio, breu na imensidade,
meu ser em luz vai brilhar em sua face:
num som vazio, breu na imensidade,
meu ser em luz vai brilhar em sua face:
Sou feito pó impregnado ao vento
não se desfaz no seu esquecimento...
não se desfaz no seu esquecimento...
XIX
Procuro algo num alguém qualquer
feito um náufrago u'a luz acesa,
entre as ondas gris da incerteza,
farol na praia, clarão rosicler...
entre as ondas gris da incerteza,
farol na praia, clarão rosicler...
Não, não procuro glamour ou
riqueza
e sim o amor num'alma de mulher...
e sim o amor num'alma de mulher...
XX
Ah... estou só, na solidão, que medo
que esse sonho que me vem em névoa,
no mar em mim, onda fria no penedo,
me leve a paixão que comigo levo-a...
que esse sonho que me vem em névoa,
no mar em mim, onda fria no penedo,
me leve a paixão que comigo levo-a...
Noite sem luz, eu só em meu
segredo,
o medo em mim, e eu dentro do medo...
o medo em mim, e eu dentro do medo...
Já vi, e ouvi, iguais à você
por trás maldiz, na frente é amor;
Sim, tenho defeitos, acaso não vê
que o espinho faz parte da flor...?
Sim, tenho defeitos, acaso não vê
que o espinho faz parte da flor...?
A lente do ciúme de tudo descrê:
se o dia é negro o sol não tem cor
joia sem brilho é falsa, porque
ouro sem lux é metal sem valor...
se o dia é negro o sol não tem cor
joia sem brilho é falsa, porque
ouro sem lux é metal sem valor...
Não sorva a taça do fel
d'amargura
limpe as pupilas do coração
faça-as ver o real e a ilusão...
limpe as pupilas do coração
faça-as ver o real e a ilusão...
Ei, reate os laços da
ternura,
n'alma o amor é no céu uma prece
quem vive no amor o ciúme fenece!
n'alma o amor é no céu uma prece
quem vive no amor o ciúme fenece!
(Inácio Dantas)
Distribua amor, faz esse gesto nobre,
dê-o ao rico, dê-o ao pobre.
Corpo sem amor é fogo sem chama:
o sol que ilumina a flor, também ilumina a lama...!
dê-o ao rico, dê-o ao pobre.
Corpo sem amor é fogo sem chama:
o sol que ilumina a flor, também ilumina a lama...!
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